segunda-feira, 3 de março de 2014

UM DIA VALE UM ANO - SERÁ MESMO

O INÚTIL  ESFORÇO, PARA SALVAR A TEORIA DE QUE EM PROFECIA UM DIA VALE UM ANO”

Traduzido, adaptado e condensado por Eloy Arraes Vargas
De “adventism´s last stand in battle for the “year Day formula”.
Do Professor Fernand Fisel
Professor Emérito da
Indiana University of Penna

INTRODUÇÃO:-
Com o passar do tempo muitas teorias vão caindo no descrédito, seja porque novas descobertas vão esclarecendo os fatos, ou porque muitas fraudes intelectuais vão sendo postas a luz.

Sempre que o assunto está vinculado a uma teoria religiosa, as descobertas, causam um tumulto geral, e o pior é que religiosos fanáticos são capazes de qualquer coisa, menos estudar, para tentar manter e não aceitar a queda de uma teoria muito amada.

O chamado princípio, de que nas profecias bíblicas um dia vale um ano, é uma dessas teorias muito amadas, seja no mundo evangélico em geral, mas mais fortemente no meio adventista do sétimo dia.

Já tive a oportunidade de vê-la defendida por pastores pentecostais, por Batistas, e por adventistas dos mais variados nomes.

Sempre que surge alguém que coloca em cheque tal teoria, surgem de imediato os defensores de plantão, os quais dizem que se fundamentam na Bíblia, e na realidade citam textos truncados, falsificam descaradamente outros textos e criam teorias e mais teorias com as quais tentam dar suporte ao tal princípio Dia/ano.

Observe-se que neste texto estaremos nos baseando no texto bíblico.
Sem torções, sem interpretações distorcidas, e, baseando-se na Bíblia não há como defender tal princípio.

PRINCÍPIO FUNDAMENTAL.
Para que se aceite uma afirmação como um “Princípio fundamental”, é necessário que tal afirmação tenha uma validade universal dentro de um contexto ou de um conjunto.

Afirmar que a teoria “Dia/ano” aplica-se a todas as profecias bíblicas é uma total inverdade, basta procurar as profecias bíblicas para verificar que tal formula não se aplica.
Numa fortíssima simplificação, seria possível dizer que tal formula se aplica as visões do livro de Daniel (caberia aqui decidir se Daniel era um profeta ou um vidente, mas esse é um assunto para outra ocasião).

Se afirmássemos que tal formula só se aplica ao livro de Daniel (e ao apocalipse como querem alguns) a formula deixaria de ser um princípio fundamental e estaria restrita a esse livro, mas a verdade é que nem mesmo no livro de Daniel é possível afirmar a validade desse “princípio”, como vamos demonstrar.

Até mesmo a formulação dessa teoria se firma em versículos isolados do velho testamento versículos esses que  nem mesmo se referem a profecias.

Examinando o texto Bíblico.

O sonho de Nabucodonozor (Daniel 4:6,23,25,32) é um caso que deve ser notado.
Os sete “tempos” de alienação preditos contra ele nunca são interpretados  seguindo essa formula, porque será?

A texto revela somente que “no fim daquele período,”(Dan. 4:34),  Nabucodonozor voltou a razão. “Tempos” aqui é simbólico, mas, não é dada nenhuma pista a respeito de sua duração.

O que pode ser dito com certeza é que “sete tempos” deve ajustar-se a um período de sua vida.

Assumindo que a palavra tempo está se referindo a 360 dias no ano, a formula dia/ano, os sete tempos de Nabucodonozor seriam 2520 dias que corresponderiam a 2520 anos, o que evidentemente é um absurdo.

Se não pode ser aplicada aos sete tempos de Nabucodonozor, porque temos que aceitar que se aplica aos 1260 dias que se pretende aplicar aos “tempo tempos e metade de um tempo” de Daniel 7:25?

Muitos teólogos já questionaram a base bíblica dessa teoria e mostraram a irrelevância dos textos usados a seu favor.

Os adventistas do sétimo dia consideram essa teoria como um dos principais pilares da sua pretensa interpretação historicista das profecias.

Muitos dos argumentos com os quais apóiam essa teoria derivam da validade de suposições pretensamente historicistas. O circulo vicioso é evidente, a teoria depende de argumentos historicistas e os argumentos historicistas dependem da validade da teoria.

Analisando argumentos dos defensores da teoria:-

Argumento 1 dos defensores da teoria:

- como as visões de Daniel 7 e 8 são claramente simbólicas, os períodos de tempo também devem ser vistos como simbólicos.

Não temos nenhuma razão para discordar desse argumento, mas de nenhuma maneira tais períodos insinuam um princípio dia/ano ; observe-se “que tempo tempos e metade de um tempo” ou “tarde e manhã” por sua própria natureza não podem ser usados como medida de tempo  e muito menos como medidas literais de tempo. Se a palavra “tempo” nesse texto é simbólica, ela pode representar qualquer período de tempo não especificado.

O texto não estabelece nenhuma relação dia/ano, se “tarde e manhã “  é um texto simbólico, até poderia representar um dia, mas na realidade esse texto está se referindo ao rito do sacrifício presente no contexto (Daniel 8:11). Tentar relacionar tardes e manhãs de Daniel com Tarde e Manhã do gênese mostra o absurdo, pois, no Genesis essa terminologia é para mostrar que houve dias claramente delimitados nos dias da Criação.

Argumento 2 dos defensores da teoria:

- As visões se relacionam com o crescimento e queda de impérios os quais se estendem por centenas de anos, consequentemente os períodos de tempos proféticos devem cobrir longos períodos de tempo.

Os períodos de tempo, 7:25 e 8:24 não cobrem todo o período de duração de cada império. Eles cobrem um tempo limitado de opressão pelo chifre pequeno, ou seja, o tempo que o chifre pequeno profanaria o santuário.

Logo não há razão para assumir a priori que esses períodos se referem a longos períodos de tempo. De fato três e meio anos de opressão e seis e meio anos de profanação são mais plausíveis do que um milênio mesmo no contexto dos impérios.

Argumento 3 dos defensores da teoria:

- A expressão de tempo usada demonstra que ela não pode ser utilizada literalmente. Se ela devesse ser tomada literalmente, “Deus provavelmente teria dito “ três anos e seis meses”. Tanto o velho como o novo testamento referem-se a eventos históricos usando referencias de tempo perfeitamente claras.

Nós concordamos que esses períodos de tempo não podem ser tomados literalmente, devido a sua forma de expressão, mas, isso não é base para estabelecer um princípio específico de interpretação.
Se “tempo” (7:25) simboliza um ano, isso não significa que dia simboliza um ano !

Em Segundo lugar fica muito difícil adotar qualquer suposição humana sobre o que a palavra divina poderia querer dizer, de acordo com a lógica humana.

Em terceiro lugar nos dois períodos de tempo envolvidos quem falava no primeiro caso era “um dos que estavam lá” (7:16) e no outro era “um santo” (8:13). Os textos geralmente citados Atos 18:11. II Sam. 2:11 Não são relevantes pois  não são textos proféticos e seguramente lidam com o tempo real da narrativa

Argumento 4 dos defensores da teoria:

-Em Daniel quatro bestas respondem por um espaço de tempo de mil anos seguidos pelo poder do chifre pequeno. Três anos e meio literais estão fora de proporção para compreender o escopo da salvação retratada na visão. O mesmo se aplica a apocalipse 12:6 e 14, os quais cobrem o período histórico entre o primeiro e segundo adventos

Note novamente que “três e meio tempos” dizem respeito a uma opressão limitada pelo chifre pequeno o qual não é um império, mas parte de um império em ambas as visões. Ele é um chifre que emerge dos quatro impérios do capitulo sete, e surge do segundo, identificado como Grécia  no capítulo 8.

Mesmo que o foco fosse – em oposição aos santos do altíssimo, e contra o príncipe e seu santuário- a proporção de tempo não seria claramente relevante, mas é a enormidade de tais ações aos olhos do povo que determina o foco e o tempo mais curto referente a opressão seria o melhor.

Tais proporções só poderiam ser assumidas se Daniel fosse ele próprio um historicista e, não estivesse lidando com circunstâncias ligadas ao seu tempo.

Semelhantemente usar o apocalipse para explicar Daniel torna a situação mais complicada para ser entendida.

1-    João em Patmos diz que a besta surgiu do mar (Apocalipse 13),

2-    Mas ela era composta por partes de varias bestas com múltiplas cabeças coroadas e com chifres,
3-    Isso não corresponde ao modelo apresentado em Daniel,
4-     Que João usou o simbolismo de Daniel e outros profetas, não pode ser negado, mas, ele usou suas próprias interpretações e como referências para fatos  totalmente diferentes. Quanto aos períodos de tempo, tudo que ele fez foi comparar o "tempo, tempos e meio tempo" com 42 meses e 1260 dias, mas nenhuma equivalência em anos é sugerida. Só se nós assumimos que João predisse, sem perceber que estava predizendo, que o milênio ocorreria antes do segundo advento, nos deveríamos também assumir que aqueles dias deveriam chegar ao nosso tempo. O fato de que ele esperava a “Parusia” eminentemente, como indicam as promessas para as igrejas contemporâneas da Ásia (especialmente Filadélfia) durante o período de sua vida, não há nenhuma razão a priori para contar os dias como se fossem anos.
A mulher simbólica em apocalipse 12 representa a igreja do seu tempo, e ela não precisaria ser mantida por 1260 anos de opressão, mas, 1260 dias já seriam uma opressão substancial.

     Argumento 5 dos defensores da teoria
.
     -Em Apocalipse (11:2, 3; 12:6, 14; 13:5) todas as referências de tempo aplicam-se ao mesmo período. Ainda aqui "três anos literais e seis meses" nunca são usados. A variedade de expressões usadas são significantes se aceitarmos o princípio dia-ano, caso contrário seria inexplicável.

Quando se fala em 42 meses e 1260, dias estamos usando uma expressão de tempo perfeitamente normal a qual não requer nenhuma explicação mais acurada. Mas se usarmos “tempos” (Apocalipse 12:14) para representar um longo período é perfeitamente explicável se o objetivo é harmonizar tempo simbólico com visão simbólica, Não obstante nenhuma dessas referencias de tempo expressam a equação “um dia por um ano”

Argumento 6 dos defensores da teoria.

-As Visões de Daniel 7-8 e 10-12 indicam o tempo do fim,  
Seguido pela ressurreição e a implantação do reino de Deus.  
O tempo histórico que eles descrevem se estende desde Daniel   no
sexto século A.C. até nosso tempo e além. Um pequeno período não poderia chegar a este tempo atual e futuro, eles devem ser simbólicos de períodos consideravelmente longos.  

O Dr. Pfandl’s produziu uma dissertação sobre “ os últimos dias e o tempo do fim em no livro de Daniel”  
isso pode soar como uma terrível presunção, deixando de fora algumas passagens de Daniel colocadas sob questionamento  na noção de que  O conceito  do tempo do fim refere-se a nossos dias.
De acordo com Daniel 11:40-43, Moab, Amon, Egito com os Líbios e os Núbios fariam parte das nações  existentes no tempo do fim e essas nações  não fazem parte  das nações modernas que ocupam os territórios que lhes pertencia.
 Em Daniel 8:19 a frase “no tempo da ira” esta ligada a “no tempo do fim”  e ligada com “no final do reinado deles (sucessores de Alexandre) Daniel 8:23 o que é apontado como “tempo do fim”.
O contexto claramente mostra que a perseguição do chifre pequeno surge depois  (8:9) dos quatro reinos que substituem Alexandre.
O aparecimento e o desaparecimento do chifre pequeno não ocorrem nem provoca o final da História e, muito embora a visão do capítulo 8 fosse para muitos dias ou para um futuro distante, (8:26) era a previsão da restauração do Santuário e de seu ritual legitimo (9:24)
Todas estas “coisas extraordinárias” ou maravilhas (12:6)  e a anunciada ressureição eram aparentemente esperadas no tempo predito “tempo, tempos e metade de um tempo (12:6-7). Nos somos levados a concluir que tanto Daniel como João em Patmos aguardavam o messias ainda em seu tempo, o iminente “fim dos Tempos” é uma característica familiar ao messianismo e a literatura apocalíptica.
Somos levados a concluir que as visões de Daniel não descreviam o “fim da História” estendendo-se até o nosso tempo, nem os reinos (ou nações) conhecidos em nosso tempo.

Argumento 7 dos defensores da teoria.

A única medida de tempo, comumente usada,  que não aparece nas visões  de Daniel  e apocalipse é o ano, conclui-se pois que a palavra “tempo “ refere-se a ano.

Tal afirmação não se sustenta pois  embora não apareça a palavra “ano”, a palavra “anos” aparece  3 vezes em suas visões; “depois de alguns anos (11:6), “durante alguns anos” (11:8), “depois de vários anos” (11:13), e em apocalipse (9:15)  e ano faz parte de um tempo maior, o milênio em Apocalipse 20. Logo a dedução de que em profecia “um dia vale um ano” não tem nenhuma sustentação.

Argumento 8 dos defensores da teoria.

Há vários textos nas narrativas históricas e poéticas da Bíblia hebraica nos quais se estabelece dias para anos , isso é uma prova para que se possa estender a aplicação dessa relação aos fatos apocalípticos.



Quatro dos textos referidos como textos históricos referem-se a um evento anual que se aplicava a um ou mais dias são eles: A observância da Páscoa (êxodo 13:10), a confecção da roupa sacerdotal para o jovem Samuel ( 1 Samuel 2:19) o sacrifício anual para a comunidade 1 Samuel 20:6), Os quatro dias de comemoração pelo sacrifício da filha de Jephtah (Juízes 11:40). Para esses episódios um ou mais  dias por ano, há uma infinita distancia hermenêutica para se conceituar que em profecia um dia vale um ano.
Os textos poéticos e históricos referidos usam dias (plural) e anos (plural) em paralelismo como sinônimo para a duração da vida humana
(Job 10:5; 36:11; Ps. 77:5; 90:9-10). Aqui, novamente um dia não significa um ano,  mas são sinônimos para a duração da vida humana.

 Cf. Johannes Botterweck, ed. Theological Dictionary of the Old Testament, s.v.yom, Vol. VI, pp. 16-17
       For the following analysis, I am largely indebted to Frank Basten, Ibid.

 Em hebraico,  quando a palavra dia é usada no plural  sem um número que a anteceda, essa afirmação se refere  a um período de duração indefinida. Afirmar que esses usos idiomáticos, totalmente sem conexão com a interpretação profética é a para a invenção da formula dia/ano  e isso é claramente uma forma distorcida de pensamento.

Argumento 9 dos defensores da teoria.

As profecias de julgamento em Números 14:34 e Ezequiel 4:6 usa  o principio dia/ano como um dispositivo pedagógico.

Dizer que esses textos estabelecem um dispositivo pedagógico vai além do simples erro de argumento, essa afirmação chega a desfaçatez, pois essa idéia parte da suposição de que os leitores lerão esses textos sem prestar a devida atenção e com o raciocínio preparado por uma lavagem cerebral anterior.

Basta ler os textos citados, sem lavagem  cerebral, para ver que nenhum dos dois trata de profecia, ambos tratam de penalidades; ademais em números temos dias/anos e em Ezequiel temos anos/dias,  em números uma multiplicação e em Ezequiel temos uma divisão, ou seja são textos totalmente contrários entre si, pretender estabelecer a tal regra “ em profecia um dia vale um ano” com base nesses dois textos é no mínimo má fé.
Se essa formula tivesse alguma validade como analisaríamos os 70 anos de Jeremias ou os mil anos de João? usaríamos para cada dia um ano ou para cada ano um dia?
A formula não pode ser classificada como “princípio de hermenêutica” pois não tem uma regularidade verificável, é ambígua e seu uso torna-se questionável. Trata-se de uma afirmação questionável escolhida pelo interprete que a usa por razoes  teológicas  e aplicado deliberadamente segundo as suas preferências.

Argumento 10 dos defensores da teoria.

Em Daniel 9:24 as 70 semanas cumpriram-se no tempo exato se nós usarmos o princípio dia/ano para interpreta-las. Muitos interpretes reconhecem que as 70 semanas  são, na realidade, “semanas de anos” abarcando desde o império persa até o tempo de Cristo.

Dizer  que o cumprimento desta profecia “no momento exato” depende de qual conjunto histórico, textual e exegético foi escolhido pelos interpretes conservadores. Tal afirmação deve ser demonstrada inequivocamente.  Mas as datas do começo, desenvolvimento e fim do período não podem ser estabelecidas com certeza absoluto tudo depende da interpretação que for adotada, depende ainda da validade do texto massorético que for usado.

Na visão Gabriel responde  a preocupação que Daniel tinha com a profecia dos anos de Exílio  feita por Jeremias (25:8-14; 29:10) é evidente que as 70 semanas  tem sua base nos 70 anos preditos, além disso as visões de Daniel  repetem referencias ao profeta Jeremias, Gabriel não faz uma reinterpretação dos 70 anos, a qual originalmente se referia ao exílio em Babilônia, Gabriel trouxe uma resposta a oração de Daniel sobre o futuro de Jerusalém e de seu santuário( Dan.9:16-18) o que se seguiria ao final do tempo do exílio. A estrutura de tempo da nova profecia não é baseada  em termos de tardes e manhãs  do capítulo 8,  As palavras de Gabriel referem-se  a desolação do santuário e a depredação ao qual estava submetido.
No tempo de Zacarias, acreditava-se que os setenta anos de exílio estavam prestes a terminar (Zacarias 1:12, 7:15). Daniel tinha uma preocupação similar (9:2) a qual era a reconstrução da cidade e seu desolado santuário e na volta do povo para Jerusalém.
Nada desses textos justificam  a formula dia/ano.
O reconhecimento por muitos interpretes, de que esta profecia refere “semanas de anos”, não envolve uma afirmação de “dias em anos” por muitas razões nem mesmo uma aplicação aos dias do apocalipse.
A teoria atribuída a Jean Philippe Lois de Chezeaux na qual os 1260 anos correspondem a um ciclo lunar  e 2300 anos refere-se a um ciclo solar torna-se invalida a luz dos cálculos modernos, seu autor, um médico e numerologista suíço era simplesmente um numerologisa amador que avidamente procurou ajustar-se a figuras bíblicas tal teoria em nada ajuda a confirmar a teoria  Dia/ano em profecia.

Mesmo quando se pretenda medir o tempo em jubileus, semanas de anos ou anos, isso nunca implica na conversão de dias em anos, mas simplesmente que existiu pelos sacerdotes uma aplicação do conceito sabático  para anos. Aqui novamente o conceito de sábado ou semana é meramente uma extensão lógica da aplicação para anos.


CONCLUSÃO:-


Os historicistas não tem tido sucesso ao tentar ancorar a teoria dia/ano nas escrituras. Isso não é um princípio, não é uma regra válida de hermenêutica.
Nas suas origens e uso histórico, essa teoria é um paradigma imposto sobre o texto para substanciar a convicção historicista de que  a profecia apocalíptica previu eventos modernos até em seus detalhes. Isso leva a outros questionamentos,\ como pode um verdadeiro profeta ignorar Roma, Bizancio, Islam, América, e o resto da história? Os dias meses e anos da profecia deveriam ser alongados se eles eram relevantes para os tempos modernos. Foi o desejo dos exegetas que se tornou o pai desse método e da teoria  “um dia em profecia é igual a um ano”.
Em “o fim do historicismo se mostra que Daniel, e João em Patmos disseram muito menos do que seus proponentes pensaram.  O adventismo de Daniel e João se assemelha  a todos os milerianos que caminharam sobre esta terra desde o tempo deles. Jesus e seus discípulos e apóstolos esperavam uma intervenção divina iminente.
Os historicistas estão condenados a demonstrar todas as inconsistências de sua teoria; no futuro os historicistas procurarão encontrar novos caminhos, os quais confundirão os historicistas atuais. Afortunadamente sempre haverá uns poucos deles, cuja paixão pelo serviço, justiça e liberdade de consciência pesa mais do que seus desejos proféticos, eles hão de querer mais esclarecimento e a despeito da queda da sua obsoleta hermenêutica nos deixarão recuperar Daniel como um irmão em serviço com humildade e generosidade. Da forma como está, esses historicistas prestam um desserviço a interpretação e se colocam na mesma condição de nostradamus e  Jean Dixon.


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